terça-feira, 4 de novembro de 2014

Os Hormônios Vegetais

Uma planta precisa de diversos fatores, internos e externos, para crescer e se desenvolver, e isto inclui diferenciar-se e adquirir formas, originando uma variedade de células, tecidos e órgãos.

Como exemplos de fatores externos que afetam o crescimento e desenvolvimento de vegetais, podemos citar luz (energia SOLAR), dióxido de carbono, água e minerais, incluindo o nitrogênio atmosférico (fixado por bactérias fixadoras e cianofíceas), temperatura, comprimento do dia e gravidade.

Os fatores internos são basicamente químicos e serão discutidos neste texto. Os principais fatores internos são os chamados hormônios vegetais ou fitormônios, substâncias químicas que atuam sobre a divisão, elongação e diferenciação celular.


Hormônios vegetais são substâncias orgânicas que desempenham uma importante função na regulação do crescimento. No geral, são substâncias que atuam ou não diretamente sobre os tecidos e órgãos que os produzem (existem hormônios que são transportados para outros locais, não atuando em seus locais de síntese), ativos em quantidades muito pequenas, produzindo respostas fisiológicas especificas (floração, crescimento, amadurecimento de frutos etc).

A palavra hormônio vem a partir do termo grego horman, que significa "excitar". Entretanto, existem hormônios inibitórios. Sendo assim, é mais conveniente considerá-los como sendo reguladores químicos.

A atuação dos reguladores químicos depende não apenas de suas composições químicas, mas também de como eles são "percebidos" pelos respectivos tecidos-alvo, de forma que um mesmo hormônio vegetal pode causar diferentes efeitos dependendo do local no qual estiver atuando (diferentes tecidos e órgãos), da concentração destes hormônios e da época de desenvolvimento de um mesmo tecido.



Cinco grupos ou classes de hormônios vegetais (ou fitormônios) são reconhecidos:


Auxinas

Citocininas
Giberelinas
Acido abscísico

Etileno
Auxinas

Foi um dos primeiros hormônios a serem estudados. Promove o crescimento pelo alongamento celular. É produzida nas extremidades do caule, folhas jovens e em sementes em desenvolvimento. Plantas estimuladas com auxina apresentam forte dominância apical, com poucos ramos laterais e desenvolvimento de frutos sem sementes.
Darwin foi um dos estudiosos que observou a ação da auxina, em 1881. Durante seu experimento, comprovou que o ápice do caule tende a crescer em direção à luz. Mais tarde, em 1919, Páal acrescentou que quando uma planta é iluminada apenas de um lado, as auxinas migram para o lado menos iluminado promovendo seu crescimento, originando a curvatura observada por Darwin.
A auxina também permite a queda de folhas, flores e frutos velhos, uma vez que sua falta nestas estruturas ocasiona a abscisão, ou seja, a separação da estrutura do restante da planta.

Giberelina

Hormônio vegetal que é produzido por folhas e tecidos jovens do caule, nas sementes em germinação, nos frutos e, semelhantemente à auxina, também atua no crescimento da planta.
As principais atribuições da giberelina estão relacionadas ao rápido crescimento do caule, em razão da indução da divisão e alongamento celular, que podem ser observados em determinadas variedades de plantas as quais apresentam baixa estatura por não produzirem quantidade significativa de giberelina.
Esse fitormônio também está presente no processo de germinação das sementes ao estimular a degradação das substâncias nutritivas presentes no endosperma ou cotilédone.

Citocinina

Hormônio que se caracteriza por atuar em regiões onde ocorre intensa divisão celular. É abundante em sementes em germinação, frutos e folhas em desenvolvimento e nas extremidades das raízes. Assim, atua como regulador do crescimento vegetal, normalizando seu desenvolvimento.
Apresenta ação antagônica à auxina em relação ao desenvolvimento das gemas laterais no caule da planta. Enquanto a auxina produzida pelo ápice do caule inibe o desenvolvimento das gemas laterais, fazendo a planta crescer para o alto; a citocinina produzida nas pontas das raízes estimula as gemas laterais a se desenvolverem.
Outra ação interessante deste fitormônio se refere à capacidade de promover a retenção de substâncias, como aminoácidos, dentro das células, contribuindo, assim, para retardar seu envelhecimento. É muito utilizado em floriculturas e no transporte de hortaliças.

Ácido Abscísico

Hormônio produzido principalmente nas folhas, na extremidade da raiz e caule. Tem uma ação bastante diferente dos outros hormônios anteriores, uma vez que inibe o crescimento da planta ao promover a dormência das gemas e das sementes. Desta forma, o ácido abscísico promove o envelhecimento de estruturas como folhas, flores e frutos, agindo inclusive sobre os estômatos, induzindo seu fechamento.
Sua maior produção está associada a períodos em que a planta sofre com a falta de água, podendo ser inverno ou seca.

Etileno

O etileno, por ser um gás, apresenta uma grande facilidade de distribuição pelas estruturas vegetais, agindo no amadurecimento de frutos e na promoção da queda de folhas. É uma substância também muito utilizada por comerciantes para promover o amadurecimento de frutos verdes, para isso, são realizados procedimentos, como a queima de serragem, que permitam a liberação do etileno em locais onde estão os frutos.
Em relação à queda das folhas, em plantas que habitam regiões de clima temperado, a produção de etileno aumenta na medida em que a produção de auxina diminui. Isso contribui para a queda das folhas e, consequentemente, para a minimização da perda de água pela planta neste período adverso.